quarta-feira, 25 de março de 2009

De Obey a Obama: a Arte de Shepard Fairey

Nos anos 80, Shepard Fairey, um estudante de ilustração da Rhode Island School of Design ficou conhecido por liderar uma das primeiras campanhas da chamada “guerrilha gráfica ou arte de guerrilha”. Criou uma cultuada figura estilizada conhecida como André, o Gigante (referência ao lutador francês de vale-tudo André René Roussimoff) em adesivos com a palavra “Obey” (obedeça) e que eram colados em toda parte da cidade. Sua intenção foi fazer uma crítica à propaganda e ao consumo desenfreado e isso utilizando tática e estética totalitárias.

“André, o Gigante” inicialmente uma experiência gráfica, transformou-se em um estilo, e tornou-se uma obsessão para Fairey: Todos os finais de semana saia as ruas e colava adesivos, grafitava com sprays e stencils e colava cartazes que traziam mensagens que subvertiam a publicidade tradicional.

Porém, o que começou como uma proposta de anti-publicidade – a figura do Gigante foi um porta-voz silencioso, sem um produto definido - tornou-se o próprio estilo e marca do artista, com direito a uma completa linha de camisetas, bonés e mochilas.

Em 2008 Shepard criou uma série limitada do retrato de Obama para ser comercializada e divulgar a campanha do então candidato a presidência dos EUA. Além do cartaz, a imagem foi estampada em camisetas e adesivos. Inclusive aqui no Brasil, a camiseta foi um hit entre os “descolados”.

Na semana passada mais uma vitoria: numa competição disputada por 90 concorrentes durante o prémio de design britânico Brit Insurance Design Award 2009, o artista americano, hoje um dos nomes mais conhecidos da street art levou prêmio de mais inovador em artes gráficas."O pôster de Obama é uma lembrança do impacto do design em nossas vidas diárias. O cartaz se transformou em um símbolo internacional da história recente", disse Deyan Sudjic, diretor do Museu do Design de Londres.

A vitória de Obama alavancou ainda mais a moral de Fairey. Em uma de suas ultimas mostras individuais, o artista teve todas as suas obras arrematadas, por até 85 mil dólares. Pra quem até pouco tempo vendia cartazes a 80 dólares...

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